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Simoniacal - MX

Se procuras sutileza e harmonia angelical, não é o que encontrarás nessa postagem. Vamos de thrash metal brasileiro, nascido em Santo André, São Paulo. A arte, o nome das músicas, as letras e até o nome da gravadora (Fucker) são violentos. O disco é de 1988, da banda MX, que está na ativa até hoje. Encontrei essa obra no depósito do meu amigo Lima, lá no fundo de uma pilha, o que justifica o estado meio precário do material. Mas apesar da má aparência do vinil, nenhum pulo foi registrado. Ufa! A capa também está meio detonada, mas ainda dá para apreciar.

Dirty Bitch, que abre o disco, é bem rápida e consistente, dando o tom do trabalho. Logo na sequência Fighting for the Bastards parece que vai aliviar um pouco, mas não, a velocidade também predomina na maior parte da música. Satanic Noise tem partes mais lentas, diabólicos backing vocals e um solo bem executado. O lado A fecha com Inquisition, que é cantada pelo guitarrista Morto.

O lado B começa com Dead World. O solo inicial parece trazer uma influência de Iron Maiden, mas a velocidade não, essa é puro Slayer. Jason, a segunda, também tem os vocais de Morto, que despeja uma raiva digna do assassino do cinema, assim como o instrumental, que troca de marcha algumas vezes mas está sempre afiado. Na minha opinião a melhor do disco. Restless Soul é instrumental. Tem inicialmente um ritmo quebrado perturbador, algo que aparece pela primeira vez no álbum de forma mais explícita. Na sequência fica mais clássica e oferece boas passagens de solo de guitarra. A pancadaria fecha com Dark Dream, que tem algo de Overkill. A batera furiosa e muito veloz faz pensar como não deve ser simples executá-la e cantar ao mesmo tempo. Aliás, sobre isso é importante dizer que principal vocalista também é o baterista da banda, Alexandre. Seu estilo bem rasgado, lembra um pouco Mille Petroza do Kreator. 

O resgate e audição desse disco de dentro do baú de rock foi motivada pelo relançamento em vinil de outro disco deles, o Mental Slavery, originalmente lançado em 1989. O trabalho atual é graças a gravadora Since 72 Records, que também fez recentemente o relançamento do primeiro disco do Orquídea Negra

O bônus do meu exemplar é um adesivo da Cacimba Discos Raros na capa. Trata-se da saudosa loja que alimentou de música a cidade de Lages nos anos 90. 




2 comentários:

  1. Para escutar com um crucifixo do lado...rs. Capa e contracapas bem legais para o estilo, hein? Valeu o post.

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    1. kkk é tenso mesmo. Legal também foi resgatar um raro produto nacional.

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